TEA (Transtorno do Espectro Autista). Vamos conversar um pouco sobre isso?
- Magda Castellano @mae_detres
- 2 de abr. de 2017
- 3 min de leitura

Hoje, 02 de Abril, é comemorado, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Como pedagoga, eu não poderia deixar de falar um pouco sobre o autismo e sobre o olhar que ainda temos para a criança autista.
Para começar, precisamos entender o que é TEA (Transtorno do Espectro Autista). Desde 2013, o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) trouxe uma nova classificação dentro de Transtornos do Neurodesenvolvimento: o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Isso significa que o quadro engloba além do Autismo, a Síndrome de Asperger (baixe aqui o ebook com mais informações), Síndrome de Rett, Transtornos do desenvolvimento e Transtorno Desintegrativo da Infância. Com isso, tal mudança ampliou as possibilidades diagnósticas. Entretanto, no Brasil, isto tem confundido muitos profissionais e familiares. Crianças de 4/5 anos de idade ainda estão sem diagnóstico, enquanto em países como os EUA, o diagnóstico consegue ser feito precocemente, entre 9 e 10 meses, assim que a criança começa a apresentar alguma alteração no seu desenvolvimento neuropsicomotor e linguístico. Esses bebês, são encaminhados a terapias de estimulação sensorial e assistidos por uma equipe multidisciplinar.
Infelizmente, o número de diagnósticos de TEA vem crescendo muito em nosso país e nós, pais e educadores, precisamos ficar mais atentos e buscar por informações seguras, para analisarmos junto ao pediatra, se o desenvolvimento de nossos filhos está de acordo com a faixa etária em que ele está. Lembrando que, nenhum pai ou professor é habilitado para fazer diagnósticos. O diagnóstico de TEA, só poderá ser feito através de uma avaliação multidisciplinar de profissionais da área de sáude (psiquiatras, neuropsiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais). Mas, a comunidade escolar, precisa conhecer e compreender as peculiaridades de cada aluno para atuar com segurança no encaminhamento do mesmo a profissionais habilitados, caso haja necessidade.
Algumas pesquisas tem apontado a Nutrição como uma grande aliada no tratamento do TEA. Mas, hoje, não vamos nos aprofundar nessa temática. Prometo que faremos uma matéria sobre isso.
Por muito anos, os autistas eram tratados como se vivessem em um mundo a parte. E muitos professores, ainda possuíam concepções caricaturizadas sobre eles, o que prejudicava em muito, o processo de inclusão dessa criança no ambiente escolar. Hoje, muitos desses alunos podem contar, também, em suas escolas, com as salas de AEE (Atendimento Educacional Especializado). Nesses atendimentos, o processo de ensino aprendizagem se dá através de materiais didáticos pedagógicos diferenciados dos da sala de aula e de diferentes estratégias, atendendo as mais diversas demandas.
No Brasil, a lei (nº 12.7764, criada em 2012) estabelece a Política Nacional de Proteção dos Direitos de Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, o que garante a obrigatoriedade da matrícula em escola regular, a acomodação do ambiente e do currículo escolar, a elaboração de programas de ensino individualizado e o oferecimento de profissionais de apoio para os alunos. Muito já se tem avançado no trabalho com o autista no ambiente escolar, mas ainda temos muito por buscar. O TEA ainda guarda muitas dúvidas, por cada ser humano ser único e por isso, cada diagnóstico ter suas especificidades.
Espero e confio que, em um futuro muito próximo, teremos alcançado esse diagnóstico precoce para nossas crianças autistas e uma melhor qualidade de vida para elas. Sigamos em busca desse objetivo e com um olhar mais atencioso para nossos pequenos.
Saiba mais sobre o Autismo em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_pessoa_autismo.pdf

Um Abraço,
Magda Castellano
Mãe de Três e Pedagoga
@mae_detres
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