Você sabe o que é amamentar em livre demanda?

O leite materno é um alimento espécie-específico. Ou seja, é específico para a raça humana. Rico em imunoglobulinas, anticorpos, oligossacarídeos, lipídeos, peptídeos bioativos, entre outros constituintes que são exclusivos, auxilia na proteção de várias doenças e estimula o desenvolvimento do sistema imune do lactente. Ao nascer, o bebê deve receber o colostro, rico em imunoglobulina A, considerado a primeira vacina do bebê e de suma importância para seu desenvolvimento.

Cada bebe terá necessidade energética específica que será ditada pela sua idade gestacional, condições clínicas e peso ao nascer. Desde que saudável todos devem receber leite materno à livre demanda. Afinal, o que isso quer dizer? O bebê deve ser amamentado a hora que quiser e o quanto quiser. O mito de que o bebê deve receber leite materno a cada três horas, por 15 minutos em cada seio já foi desmistificado. Não existem regras de tempo para o bebê e sua alimentação. Mamães esqueçam o relógio quando o assunto for amamentar.

O leite materno deve ser ofertado a cada sinal de fome do bebê. A demanda não significa ofertar o seio cada vez que chore. O choro é um sinal tardio de fome. A fome pode ser percebida pela mãe por outros sinais como uma mudança de movimentação do bebê que acorda, mexe, vira a cabeça e faz movimentos de busca, põe as mãos na boquinha... é nesse momento que o seio deve ser ofertado.

A amamentação deve ser realizada em local tranquilo, em posição confortável para díade mãe-bebê. As mães não devem se preocupar com o tempo que ele fica ao seio, alguns conseguem extrair todo o leite necessário em quinze, vinte minutos, outros ficam uma hora ou mais mamando. Alguns bebês vão fazer intervalos de uma, duas horas, outros irão fazer intervalos de 30 minutos ou menos entre as mamadas. Cada bebe irá mamar conforme seu ritmo, fome e de acordo com a quantidade de leite que a mãe produz. Vale ressaltar que nem sempre todo o tempo que o bebê ficou ao seio ele efetivamente extraiu leite, se a pega não estiver correta, pode ter entrado ar, ele por ter se distraído por um tempo, ou até mesmo adormeceu antes mesmo de ficar saciado.

A capacidade gástrica do bebê é bem pequena, com uma semana de vida o estômago comporta de 40 a 60 ml de leite materno, que serão facilmente digeridos, gerando assim nova necessidade de enchê-lo. Respeitar a individualidade do bebê é deixar que ele faça o próprio controle de fome e saciedade, que vão garantir que ele fique bem alimentado e saudável.

Os benefícios da livre demanda são mútuos, pois fortalece o vínculo mãe-bebê, fornece segurança, carinho, confiança, estimula a produção de leite adequada e ainda previne intercorrências mamárias como a dor e o ingurgitamento. A livre demanda não é uma escravidão da mãe, uma vez que o bebê está bem cuidado e não sente fome, ele fica mais tranquilo, chora menos, dorme melhor e assim a mãe fica mais tranquila e consegue descansar.

Com a introdução alimentar o leite materno pode e deve ser mantido, ainda sem esquemas rígidos. Antes e após a fruta, refeição principal, a qualquer momento. A regra continua sendo a necessidade do bebê, que aos poucos vai estabelecer o seu próprio ritmo, com o novo esquema alimentar. O Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde recomendam a oferta de leite materno até 2 anos de idade, porém quem decide o momento de parar é a mãe, enquanto amamentar estiver sendo bom e prazeroso para ambos, porque não continuar? Amamentar é dar amor!!!

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