A NUTRIÇÃO NO AUTISMO (TEA - Transtorno do Espectro Autista)
- Nutricionista Simone Carvalho @maternalenutritivo
- 24 de set. de 2017
- 2 min de leitura

O Autismo é caracterizado por uma variedade de desordens no desenvolvimento psicomotor que afeta a capacidade de comunicação, interação interpessoal e do estado comportamental do indivíduo, é conhecido também como Transtorno do Espectro Autista (TEA). Estas características variam de acordo com a gravidade da doença, podendo ser de leve a debilitante e geralmente persistem ao longo da vida. Em casos específicos e na apresentação dos sintomas precocemente, é possível realizar o diagnóstico antes dos dois anos de idade.
Há evidências de diversos casos encaminhados para clínicas de gastroenterologia, de que crianças portadoras de autismo possuem complicações como constipação, diarreia, gases, inchaço abdominal, entre outros. Essa relação está associada com ocorrências de respostas imunes exacerbadas a certas proteínas alimentares, que podem levar a uma resposta inflamatória, que impede a absorção completa dos nutrientes, levando ao aumento da toxicidade, que por sua vez atravessam a barreira hematoencefálica e atuam nos receptores do sistema nervoso central.
Apesar de haver essa relação e uma variedade de sintomas presentes com a sensibilidade ao glúten, ainda não há comprovação suficiente no que diz respeito à retirada total do glúten da dieta no tratamento para o autismo.
Para bebês dentro do espectro autista, o leite materno se torna um alimento ainda mais importante, uma vez que ele contém nutrientes essenciais, além de secretar imunoglobulinas responsáveis por garantir o crescimento e desenvolvimento saudável da criança, assegurando sua maturação intestinal e defesa imunológica. Protegendo a mucosa e todos os tecidos, evitando a translocação bacteriana. A amamentação é considerada uma das principais formas para evitar ou minimizar doenças que afetam o sistema nervoso central.
A literatura científica tem nos mostrado que, com relação ao comportamento alimentar do autista, três aspectos mais marcantes são registrados: seletividade, que limita a variedade de alimentos, podendo levar a carências nutricionais; recusa, mesmo ocorrendo a seletividade é frequente a não aceitação do alimento selecionado o que pode levar a um quadro de desnutrição calórico-proteica e a indisciplina alimentar que também contribui para a inadequação alimentar. Portanto, deve-se ter cautela ao deixar as crianças autistas ingerir alimentos que não sejam saudáveis, devendo estes ser evitados.
Algumas observações clínicas também mostram que essas crianças possuem maior risco de excesso de peso, pois elas possuem grandes dificuldades em praticar atividade física de forma estruturada, além do isolamento social, o que possibilita o aumento de sedentarismo. E ainda geralmente os hábitos alimentares não são adequados.
Com isso torna-se fundamental o trabalho multiprofissional, envolvendo médicos especializados e nutricionistas capacitados a oferecer um tratamento nutricional adequado e aconselhar familiares sobre o comportamento de seus filhos durante as refeições, visando minimizar as recusas alimentares, a fim de melhorar a saúde dessas crianças.
É essencial que a família esteja totalmente integrada com a equipe de profissionais, auxiliando e contribuindo na aplicação do tratamento de maneira apropriada e continuada. Desta forma, o tratamento nutricional também poderá obter ótimos resultados, promovendo um estado nutricional adequado, devendo ser seguido desde o nascimento até a idade adulta.
Grande abraço e até a próxima!

Simone Carvalho
Nutricionista Comportamental e Materno Infantil
@maternalenutritivo
Comments